Taquigrafia da ALRS reage contra extinção de divisões e do status de direção.
No universo taquigráfico brasileiro todos reconhecem a importância histórica do serviço taquigráfico praticado, desde sempre, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, que cultivou e cultiva uma plêiade de profissionais com renome internacional.
A tal ponto se elevou o prestígio dos taquígrafos gaúchos funcionários da Assembleia que não raramente muitos deles assumiram cargos de relevo na administração geral da Casa.
Pois bem, um projeto que visa a refazer o organograma da ALRS dispõe sobre a extinção pura e simples do Departamento de Taquigrafia e de três das quatro divisões atualmente instaladas.
Caso se concretize esse intento, serão prejudicados serviços essenciais ao funcionamento do Legislativo, tais como:
- gravação, registro, revisão, editoração final e publicação na Internet e no Diário da Assembleia Legislativa de todas as transcrições e atas de sessões plenárias, numa média anual de 10 mil páginas transcritas;
- gravação (inclusive no interior do Estado), registro, revisão, editoração final e publicação na Internet de transcrições e áudios de reuniões de comissões e eventos institucionais, numa média anual de 10 mil páginas transcritas e 1.200 horas de gravações particionadas por orador;
- sonorização de todos os eventos institucionais, numa média anual de 3.800 horas de sonorização;
- publicação do áudio on-line “Ouça os Deputados”, particionado por orador e com resenhas dos pronunciamentos;
- publicação dos discursos na página de cada deputado no site da Assembleia Legislativa, com resenha dos pronunciamentos;
- organização e manutenção dos arquivos digitais de texto e áudio que compõem os anais da Assembleia Legislativa. gerenciamento de dois contratos com empresas terceirizadas (sonorização e gravação digital).
Destaca-se, ainda, o gerenciamento do Sistema de Acompanhamento Taquigráfico (SAT), software composto por três módulos (gravação e gerenciamento de tarefas, transcrição e áudio on-line). Atualmente, está sendo finalizado termo de referência visando à aquisição de um software mais atualizado, que contará inclusive com a ferramenta de decodificação de voz, a qual, se atingir um índice de aproveitamento superior a 80% das palavras proferidas, trará impacto positivo na produtividade do departamento, pois será suprimida a etapa da digitação.
Queixam-se os taquígrafos gaúchos da falta de transparência na elaboração desse projeto, de tal forma que desconhecem de quem é a autoria do estudo de reorganização do organograma proposto, que prejudica dedicados e competentes funcionários, bem como reduz o Departamento de Taquigrafia da ALRS a uma mera divisão.
Em documento que será distribuído aos deputados estaduais, com prestação de esclarecimentos, os taquígrafos da ALRS alertam: “Tendo em vista a manutenção desses serviços em aceitáveis parâmetros de produtividade e qualidade, uma vez que atendem diretamente à atividade-fim desta Casa Legislativa, pedimos o apoio de V. Exa., sabendo que a extinção do Departamento e de Divisões do Departamento de Taquigrafia, ainda que posteriormente se demonstre equivocada, será de difícil reversão”.
É, portanto, imprescindível a manutenção da atual e excelente estrutura organizacional do Departamento de Taquigrafia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.